O conceito de morar está diferente na contemporaneidade. As pessoas têm desejado ambientes mais abertos e integrados. Elas querem poder passar mais tempo juntas e, sendo assim, não se importam em dividir os espaços em que habitam ao mesmo tempo em que desempenham diferentes tarefas em suas casas.
Então, a arquitetura e o design de interiores tiveram que se adaptar, criando áreas decoradas que pudessem ser compartilhadas por todos.
Mudanças no layout das moradias
Há pouco tempo, os ambientes dos imóveis tinham limites de área restritos. Quatro paredes fechavam o seu perímetro. Sala era sala, cozinha era cozinha, e assim por diante. Por um lado, isso apresentava certas vantagens, como maior privacidade. Contudo, também deixava as pessoas mais isoladas. Ao desempenhar diferentes tarefas, elas precisavam se manter separadas, promovendo a desunião.
Imóveis antigos, com a planta baixa ainda original, tendem a parecer pequenos, sufocantes, escuros. Agora, numa reforma, pode-se tentar integrar sala com cozinha, sala com varanda etc. Claro que essa possibilidade vai depender do sistema estrutural no qual a edificação foi construída. Assim, casa ou apartamento tem seus espaços ampliados, o ar circula com mais facilidade e a luz chega a pontos mais distantes.
Então, vale a pena investir em uma mudança radical na arquitetura das residências. Mas o que isso tudo teria a ver com o estilo de vida das pessoas na contemporaneidade? Compartilhar ambientes é um desafio para o convívio. Mas isso permite que elas passem mais tempo juntas, dividindo momentos felizes. Um ser social é capaz de enfrentar melhor os percalços do dia-a-dia.
Pessoas compartilhando ambientes
Como é possível que todas as pessoas de uma mesma família – com diferentes idades, gostos e necessidades – possam compartilhar os ambientes? Obviamente elas não precisam fazer isso ao mesmo tempo. Contudo, em um imóvel que apresente uma planta com setores integrados, pode não se ter escolha. Então é melhor que o espaço, como um todo, seja preparado para tal convívio. A coisa mais importante, nesse caso, é que as áreas da casa sejam devidamente planejadas.
Elas devem poder oferecer tudo o que for preciso para que cada membro do grupo possa desempenhar as tarefas que quiser no ambiente, mas sem infringir os limites do outro. E esse limite não será mais físico, como foi no passado, mas virtual. Esse é o verdadeiro desafio.
Integrando ambientes pela arquitetura
Ao desenhar um imóvel do zero, é mais fácil para o arquiteto de edificações ou engenheiro civil prever, em planta baixa, ambientes integrados. O problema é quando ele já está construído. Daí a integração pode ser mais difícil, pois, para isso, seria necessária a retirada de paredes – algo que nem sempre é viável, necessitando de análise prévia de um especialista estrutural.
Agora, depois de uma verificação rigorosa, se for constatado que podem ser feitas tais interações espaciais, tudo fica mais fácil. As medidas seguintes terão a ver com os acabamentos. Para integrar melhor os ambientes e fazê-los parecer mais amplos, uma boa ideia é aplicar os mesmos revestimentos de piso e parede no maior número de superfícies possível da casa.
É, portanto, possível fazer com que um imóvel residencial pareça um “grande salão aberto”, repleto de “pequenas ilhas de uso” – estar, jantar, higiene etc. Eventualmente, pode ser necessário recriar os limites perdidos, para garantir privacidade – principalmente ao receber visitantes não tão íntimos aos moradores. Nesse caso, pode-se recorrer a cortinas, vasos de plantas, moldes vazados, grades, portas de correr e panos de vidro.
Pensando a decoração de ambientes compartilhados
O objetivo do designer deve ser o de não poluir o visual da casa, mostrando que todos os cantos pertencem a um conjunto maior e que esse será totalmente compartilhado.
Como cada cliente tem uma personalidade distinta, será difícil agradar a todos. Pode-se optar, então, por uma decoração de interiores mais neutra – o que não quer dizer que não possa ter um item ou outro mais expressivo ou colorido na proposta.
É importante que cada membro da família tenha seus próprios espaços personalizados – cama, bancada de estudos, penteadeira, estante de livros e mais. Mas, mesmo estes espaços precisam estar em harmonia com o resto da decoração.
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