Os sonhos podem ser bem estranhos. Neles é possível voar, animais podem falar, pessoas que nunca vimos aparecem dizendo coisas. Tudo bem diferente da realidade em que vivemos quando estamos acordados. Há um mundo entre o real e o dos sonhos, com coisas ainda mais malucas: o estado hipnagógico.

 

Assim como dia não vira noite do nada, nosso cérebro também não desliga instantaneamente quando vamos dormir. O estado hipnagógico é esse “crepúsculo da consciência”. Você, talvez, nunca tenha reparado nele, já que ele dura poucos segundos, mas é comum ter alucinações e observar sensações muito mais bizarras que qualquer sonho, durante esse estado.

 

A ciência está começando a estudar o estado hipnagógico mais a fundo. Mas, em experiências, pessoas já relataram estarem “colocando um cavalo num estojo de violino” ou ouvindo um urso falar.

 

O que acontece no estado hipnagógico?

 

Conforme vamos caindo “nos braços de Morfeu”, o nosso cérebro vai “desligando” pouco a pouco. Um grupo de pesquisadores observou que é exatamente quando a atividade cerebral está ficando mais padronizada que as alucinações hipnagógicas acontecem, ao contrário do que se poderia pensar. A hipótese é que o cérebro desconstrói os padrões e ideias do mundo real antes de cairmos no sono de vez.

 

É possível observar que a atividade cerebral ligada ao pensamento reflexivo diminui, enquanto as ondas ligadas às sensações físicas aumentam, o que pode causar as alucinações. A questão é que, como esse estado é muito rápido, a maioria das pessoas não dá muita importância para isso.

 

As alucinações costumam acontecer mais em quem sofre de narcolepsia, uma doença rara que faz as pessoas caírem no sono em momentos totalmente aleatórios. Nesse processo, o cérebro dos narcolépticos podem ficar “presos” no estado hipnagógico e causar alucinações horríveis.

 

Artistas que não tinham narcolepsia já tentaram “estimular” o estado hipnagógico para ter as alucinações e usá-las como combustível para a criatividade. É assim que Salvador Dali tinha ideias para suas pinturas surrealistas, por exemplo. Edgar Allan Poe e Thomas Edison também são casos famosos de pessoas que tiravam pequenos cochilos para estimular a hipnagogia.

 

O microssono e o sono local

 

A técnica de Franz Kafka era diferente: ele deixava de dormir para entrar em um estado de sonho, mas acordado. Tudo bem que Kafka escreveu clássicos desse jeito, porém ficar sem sono faz muito mal para a saúde. Na verdade, pesquisas com ratos já descobriram que o nosso cérebro desliga de qualquer jeito se a gente não for dormir, nem que seja uma parte por vez.

 

Já reparou que, quando viramos uma noite ou dormimos muito mal, é comum fazer as coisas “meio no automático” e até esquecer do que fizemos? Isso porque nosso cérebro simplesmente desativa algumas regiões que não estão sendo utilizadas no momento. O nome disso é “sono local” e ele é bem perigoso, já que pode comprometer nossos reflexos ou a concentração em tarefas importantes, como dirigir, por exemplo.

 

Além disso, aquele momento em que nossos olhos vão quase fechando, mesmo que a gente tente mantê-los abertos — isso quando não damos aquela “pescada” sentados mesmo — são chamados microssono. Você pode não perceber ou não admitir, mas seu cérebro colocou você para dormir por alguns segundos, já que ele não suporta ficar totalmente sem sono.

 

Fonte: Mega Curioso.


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