Infarto, AVC e outras urgências continuam ocorrendo na pandemia. Mas há quem, diante de sintomas graves, não vá ao pronto-socorro por medo do coronavírus
Profissionais de saúde estão preocupados que o medo do coronavírus (Sars-CoV-2) acabe fazendo certas pessoas ficarem em casa mesmo se apresentarem sintomas sérios e sugestivos de doenças que exigem tratamento rápido, como infarto, AVC, reações alérgicas severas… De fato, uma visita desnecessária ao pronto-socorro aumenta o risco de sofrer com a Covid-19. Mas, em face de uma urgência, ficar em casa não é uma boa.
O que chamou a atenção para esse cenário
Dados intrigantes vieram dos Estados Unidos: enquanto cardiologistas intervencionistas relataram uma queda de 50% ou mais no número de pacientes recebendo tratamento emergencial contra o infarto em hospitais, a cidade de Nova York— uma das mais atingidas pelo Sars-CoV-2 — reportou um aumento de oito vezes nas mortes em casa por parada cardíaca, em comparação com o mesmo período de 2019.
“Isso pode ser reflexo de uma sobrecarga no serviço das ambulâncias por causa do coronavírus, o que deixaria outras emergências desassistidas”, reflete o cardiologista Bruno Bandeira, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj). “Mas esse fato também seria resultado do medo de o paciente procurar um hospital”, completa.
A Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista apontou uma diminuição de 70% no número de procedimentos voltados para controlar um infarto em abril de 2020, quando comparado ao mesmo período do ano passado. As hipóteses para esse fenômeno são as mesmas do contexto americano.
Cabe lembrar que problemas como um AVC se agravam com o tempo. Quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de recuperação.
Então, quais os principais sintomas que demandam uma ida ao pronto-socorro?
É impossível citar todas as enfermidades. Mas Bruno Bandeira dá uma dica generalizada: “Se algum incômodo intenso surge repentinamente e piora com o tempo, o mínimo que se deve fazer é conversar com um médico sem demora por telefone ou videochamada”, alerta.
E no que devemos ficar de olho para detectar o princípio de infarto e outras emergências cardíacas? “A dor no peito é um sintoma de alerta, principalmente se durar mais de cinco a dez minutos, aumentar de intensidade, piorar com o esforço físico e não tiver relação com a apalpação do local”, descreve o médico.
Se manifestar esses sinais, não hesite em ir para o pronto-socorro — até porque esses locais estão se estruturando para separar pessoas com suspeita do coronavírus dos outros pacientes. Bandeira ressalta também que dores do umbigo até a mandíbula eventualmente apontam um princípio de ataque cardíaco. Caso exiba esses desconfortos, converse com um profissional.
Alterações dos batimentos cardíacos, inchaço e falta de ar também preocupam, porque podem ser consequência de arritmias ou insuficiência cardíaca. Pessoas já diagnosticadas com essas enfermidades devem ter atenção redobrada.
A falta de ar sem motivo aparente, aliás, também pode acusar a agravamento de uma doença respiratória, como o próprio coronavírus. Daí porque os médicos recomendam, nesse contexto, ir para o hospital.
O AVC, por sua vez, é marcado por fraqueza de um lado do corpo, assimetria da face, tontura, confusão mental, alteração da fala e da visão e perda de consciência. Sentiu alguma dessas coisas? Vá para o hospital.
No mais, acidentes domésticos mais sérios, intoxicações e reações alérgicas cobram uma avaliação presencial do médico.
Um médico e um pronto-socorro para chamar de seu
Se estiver na dúvida sobre algum sintoma, é importante ter o contato de um doutor. Ele pode inclusive fazer uma triagem básica a partir de certas informações disponíveis pela telemedicina.
Além disso, é bom saber para qual hospital correr em caso de uma emergência. Não deixe para fazer essa pesquisa quando estivar diante de um problema sério.
Fonte: Saúde Abril.
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