O pioneiro da computação Alan Turing, que durante a Segunda Guerra Mundial criou uma máquina capaz de decodificar mensagens com coordenadas de ataques enviadas pela Alemanha, não trabalhou sozinho. Junto dele, atuaram também mulheres matemáticas. Entre elas, Ann Mitchell, que, no dia 11 de maio de 2020, morreu aos 97 anos vítima de Covid-19 em Edimburgo, na Escócia. Segundo um de seus filhos, Mitchell estava com a saúde debilitada antes de contrair o novo coronavírus.

Uma em 5
Mitchell, cujo sobrenome de solteira era Williamson, nasceu em Oxford no dia 19 de novembro de 1922. Em uma época que poucas mulheres podiam estudar na Universidade de Oxford, ela foi aceita para cursar matemática em 1940. A própria diretora de sua escola primária sugeriu que matemática não era algo para mulheres, mas seus pais contrariaram a recomendação para que ela pudesse estudar. Em seu primeiro ano, havia somente 5 mulheres na universidade.

Bletchley Park
Ao se formar em 1943, ela foi recrutada para trabalhar em Bletchley Park, uma mansão que virou o principal centro de decodificação dos aliados durante a guerra. Cerca de 10 mil pessoas trabalharam no local, três quartos das quais eram mulheres. A maioria dos trabalhos desempenhados por elas, entretanto, era mais “fabril” do que mental, lidando somente com partes da decodificação. Mas Mitchell atuava diretamente encontrando as fórmulas para as máquinas que decifravam os enigmas — novos códigos eram criados pelos alemães todos os dias.

Segredo total
Foram quase 2 anos de trabalho intenso — 9 horas por dia, 6 dias por semana —, mas totalmente em segredo. Nem seu marido, com quem se casou em 1948, sabia das atividades de Mitchell durante a guerra. Foi só nos anos 1970, quando detalhes sobre o que acontecia em Bletchley Park começaram a se tornar públicos, que ela finalmente pode falar sobre o trabalho. Em 2015, sua história foi contada com mais detalhes no livro The Bletchley Girls, da historiadora Tessa Dunlop.

Tempos de paz
Depois da guerra, ela passou a estudar sobre casamento e divórcio, em especial sobre como um divórcio pode afetar as crianças. Suas pesquisas contribuíram para mudar a legislação relacionada ao tema na Escócia. Ela também estudou Políticas Sociais e fez mestrado em Filosofia na Universidade de Edimburgo, onde se tornou pesquisadora no início dos anos 1980.

 

Fonte: Revista Galileu


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