A arqueologia é a ciência responsável por estudar culturas e civilizações do passado. E é através das descobertas arqueológicas, que vestígios de antigas sociedades e culturas são descobertos. Assim, pode-se compreender melhor como viveu determinado povo, quais eram seus hábitos e costumes. Até mesmo, o que levou ao seu fim.

 

O Egito e seus costumes são sempre bem estudados pelos arqueólogos. Esse povo acreditava na vida após a morte e, segundo suas crenças, o espírito da pessoa voltaria a tomar conta de seu corpo e de suas riquezas. Portanto, foram erguidas pirâmides para abrigar seus cadáveres, até que seu espírito retornasse. Para preservar o corpo para esse momento, o processo de mumificação foi criado. E assim nasceram as primeiras múmias.

 

Por mais que se saiba bastante a respeito da mumificação, ainda existem dúvidas a respeito de como exatamente os egípcios prepararam os corpos para seguir na vida após a morte.

 

Descoberta

Os pesquisadores fizeram uma descoberta emocionante e acharam um manual original de “como fazer” isso. Ele estava escondido dentro de um texto antigo que explica as etapas principais para embalsamar e criar uma múmia.

 

Esse guia para mumificação foi encontrado em um pedaço de papiro de 3.500 anos chamado manuscrito Papiro do Louvre-Carlsberg. Ele recebeu esse nome porque metade dele, que tem principalmente informações médicas, está no museu do Louvre. E a outra parte dele faz parte da Coleção Papyrus Carlsberg da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

 

Antes dessa descoberta, os pesquisadores tinham somente dois textos originais sobre mumificação. Esse processo era considerado uma arte sagrada do Egito. E apenas alguns especialistas eram ensinados as formas de embalsamento. E esse conhecimento era passado verbalmente para outra pessoa.

 

“O texto parece um auxílio à memória, então os leitores pretendidos devem ter sido especialistas que precisavam ser lembrados desses detalhes, como receitas de unguentos e uso de vários tipos de bandagens”, disse a egiptóloga Sofie Schiødt, da Universidade de Copenhagen.

 

Como faziam

Ela publicou detalhes desse texto em sua tese de doutorado. E o papiro completo do Louvre será publicado ano que vem. Um dos detalhes falado por Schiødt é uma lista de instruções para embalsamar o rosto de uma pessoa morta. Isso era feito com um pedaço de linho vermelho coberto com uma solução especial à base de plantas.

 

Essa solução tinha substâncias aromáticas e aglutinantes para que a mistura fosse mantida. O pano servia como uma forma de manter o rosto protegido de insetos e bactérias. Além de ter um cheiro doce.

 

No manuscrito descoberto também tem um cronograma de 70 dias para o embalsamento. Ele é dividido em duas metades. Um período de secagem de 35 dias e um de embalagem também de 35 dias. Esses períodos são divididos em intervalos de quatro dias.

 

Mumificação

Dentre os tratamentos comuns com o corpo estavam a aplicação de uma mistura chamada natrão. Ela era colocada depois que os órgãos e cérebro eram removidos.

 

“Uma procissão ritual da múmia marcou esses dias, celebrando o progresso da restauração da integridade corporal do falecido, totalizando 17 procissões ao longo do período de embalsamamento. Entre os intervalos de quatro dias, o corpo era coberto com um pano e coberto com palha infundida com aromáticos para afastar os insetos e necrófagos”, explicou Schiødt.

 

Essa é a primeira vez que metade do manuscrito da Coleção Carlsberg foi analisada e traduzida. Assim, ela se une às informações que já tinham sido desvendadas da metade do Museu do Louvre.

 

“Muitas descrições de técnicas de embalsamamento que encontramos neste papiro foram deixadas de fora dos dois manuais posteriores e as descrições são extremamente detalhadas”, concluiu Schiødt.

 

Fonte: Fatos Desconhecidos


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