A segunda temporada de Jessica Jones tem, de cara, uma uma grande diferença em relação às demais de seu seguimento: a ausência de um vilão. São treze episódios, a maioria contendo ao menos um flashback, que não trazem ninguém para ser odiado e vencido no final, o que pode desagradar o público.

 

A trama dessa temporada gira em torno do passado de Jessica, tendo como foco a origem de seus poderes e traumas e a busca pelos envolvidos. As razões por trás de seu vício e manias e de seu modo peculiar de se vestir, por exemplo, são mostradas em vários episódios situados nos anos 90.

 

O começo do segundo ano da série não é impactante e nem marcante e não há nenhuma preocupação em fazer alguma conexão com os eventos de Defensores ou Luke Cage. Já Kilgrave é mencionado, o que não é surpresa dado o carisma do personagem e a importância dele no arco geral de Jessica Jones.

 

Essa temporada também dá um foco maior sobre os personagens coadjuvantes. Malcolm, Trish e Jeri tiveram arcos consideráveis e interessantes. O primeiro tendo que lidar com seu recente passado de usuário de drogas e o trabalho duro para se firmar como o “sidekick” de Jones. Já Trish é mostrada fazendo o caminho inverso, voltando para o vício após dez anos de sobriedade. Por fim vemos Jeri tendo que lidar com uma doença grave e Carrie-Anne Moss faz um excelente trabalho dando vida ao personagem mais complexo do show.

 

Jessica é retratada mais uma vez como uma pessoa ordinária que, por acaso, possui super poderes. Existe uma diferença entre complexidade e pura chatice e Jessica muitas vezes se encaixa na segunda categoria, com seus problemas de relacionamento, de confiança, e seu gosto por bourbon barato. A anti heroína continua a beber muito e se importar pouco. Ainda assim é possível perceber uma certa evolução da personagem, com Jessica demonstrando mais maturidade no modo de lidar com os problemas daqueles à sua volta e com os seus próprios. A boa atuação de Kristen Ritter traz as nuances de humor da personagem e ela consegue diferenciar bem sua Jessica Jones adolescente da atual, bem mais sombria após tantas perdas e infortúnios.

 

Apesar da evolução de todos os personagens a trama se arrasta em vários momentos. A série tem naturalmente um viés mais investigativo e com menos ação, mas algumas subtramas não levam a lugar algum ou, quando levam, poderiam ser resolvidas facilmente de outra maneira. Há ainda aqueles personagens cujos arcos poderiam ser simplesmente apagados do roteiro sem qualquer prejuízo para a história, como por exemplo os personagens Oscar e Griffin, interesses românticos de Jessica e Trish, respectivamente. Pryce Cheng também teve seu tempo em tela esticado demais. No começo parecia até que ele seria o vilão, mas é apenas outra história que, melhor utilizada, consumiria menos tempo com o mesmo resultado. Infelizmente treze episódios de cinquenta minutos em média acabaram sendo cansativos.

 

É uma temporada boa, que trouxe um aprofundamento de alguns personagens, mas falhou no ritmo.

 

 

Fonte: À Toa Na Net.


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