O setor é considerado serviço essencial. Para o presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimentos (Abracen), Gustavo Melo, para que essa cadeia seja eficiente, ‘a primeira coisa é manter as rodovias funcionando’.

 

Em meio à pandemia do novo coronavírus, cresceu a busca por frutas cítricas, como limão e laranja, nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país, onde o trabalho continua durante o isolamento social.

 

A “cadeia de alimentos” do país não para durante a quarentena . O setor é considerado serviço essencial pelos decretos das esferas municipal, estadual e federal.

 

Para que os limões, laranjas, e todos os outros produtos alimentícios cheguem à mesa do brasileiro, existe toda uma cadeia de alimentos no país, que, considerada serviço essencial, não pode parar.

 

Ela começa no produtor, na área rural, e passa pelo caminhoneiros e por profissionais de logística, abastecimento e distribuição. No último domingo (22), chegou a circular uma mensagem em redes sociais, para que as pessoas aplaudissem esses profissionais nas janelas às 20h30.

 

Para o presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimentos (Abracen), Gustavo Melo, para que essa cadeia seja eficiente, “a primeira coisa é manter as rodovias funcionando”.

 

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, contou ao G1 que no começo da crise chegou a encontrar bloqueios em rodovias.

 

“Tivemos dificuldades de logística porque alguns estados estavam fechando estradas, mas recorremos a todos os governadores e recebemos compreensão, e liberaram a passagem dos produtos alimentícios e insumos”, disse Francisco.

 

Outra dificuldade enfrentada para a distribuição de alimentos foram borracharias e restaurantes fechados ao longo das rodovias, o que dificultava o trabalho dos caminhoneiros. No entanto, segundo o presidente da ABPA, isso também foi superado.

 

“Houve também um momento emocionante de solidariedade, as pessoas entregando marmitas para eles [caminhoneiros]. Então foi um período de muita superação esse início, para nós foi um aprendizado, ninguém imaginava uma situação como essa, mas fomos superando as adversidades”.

 

Laranjas e limões

 

Os consumidores buscam por laranjas e limões para fortalecer a imunidade, já que alimentos ricos em vitamina C ajudam a formar as células de defesa. No entanto, os médicos alertam: as frutas não previnem o coronavírus.

 

No maior entreposto do país, em São Paulo, há cerca de 10 dias se percebe um aumento por esses produtos. “Nós observamos que realmente houve uma demanda maior para o setor cítrico, em torno de 20 a 30%”, disse o presidente do Ceagesp, Johnni Hunter Nogueira.

 

Junto com o aumento da procura, veio o aumento dos preços, principalmente do limão. Segundo Johnni, a caixa do limão, que geralmente é vendida de R$15 a R$20, está saindo por R$20 a R$25. Já a da laranja chegou a ser vendida por R$50 nesta quinta-feira (26).

 

Segundo a equipe de Hortifruti do Cepea (Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Superior de Agricultura), da USP, o limão tahiti atingiu a maior cotação do ano nesta semana. A fruta está em um período de pico da safra, que vai de janeiro a março, então os preços estavam em baixa. Já a laranja, é o oposto, ela está no período de menor oferta do ano, então os valores já estavam mais altos.

 

O aumento da procura desses produtos também se vê em outros ceasas do país, como no de Pernambuco, Minas Gerais e Ceará, informou o presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimentos (Abracen), Gustavo Melo. “Em Pernambuco, o preço do limão subiu mais de 100%”, disse Gustavo.

 

Apesar da maior procura por estes produtos específicos, os presidentes dos Ceasas ressaltam que não há risco de desabastecimento destes produtos ou de nenhum outro nos entrepostos. O preço dos demais produtos também não se alterou.

 

“O entreposto tá funcionado normalmente, obedecendo as restrições e orientações do Ministério da Saúde”, disse o presidente do Ceagesp. O entreposto criou um comitê de crise, e faz reuniões diárias – ao ar livre – para avaliar as medidas a serem tomadas para diminuir a circulação de pessoas.

 

Aumento da imunidade

 

Segundo o nutrólogo Daniel Magnoni, alimentos ricos em vitaminas A, B6, B12 e C, ácido fólico e zinco ajudam no funcionamento do nosso sistema imune porque ajudam a formar as células de defesa.

 

“Quando a imunidade está baixa, nós temos uma maior facilidade de infecções, sejam elas virais ou bacterianas. É comum a gente falar: nossa, caiu minha imunidade e peguei um resfriado, caiu minha imunidade e peguei um herpes. Na cultura popular, nós já conhecemos esse aspecto”, fala o nutrólogo.

 

No entanto, o infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, alerta: estes alimentos não protegem contra o coronavírus. “Eles não são capazes de prevenir contra os vírus respiratórios, inclusive o próprio coronavírus. Utilizar os mecanismos de prevenção, como evitar ambientes aglomerados, usar com frequência o álcool gel e lavar as mãos, é sim a melhor forma de proteção”.

 

Fonte: G1


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