“A sensação é de dever cumprido”. Após vinte anos de dedicação, o ator e criador do Festival de Esquetes de Fortaleza (Fesfort), Carri Costa, anunciou assim o encerramento do ciclo de atividades do evento. A temporada derradeira inicia hoje e segue até o dia 22 de maio, em vários palcos da Cidade. Parte do calendário teatral de Fortaleza desde 1997, o Fesfort foi responsável por introduzir jovens atores ao teatro, unir grupos e ampliar a cena artística local.

 

Em entrevista ao O POVO, Carri ressaltou que a realização do festival foi fruto de muita luta, sempre na base de esforço coletivo, devido a falta de incentivos financeiros para projetos de cultura. O diretor lembrou como a Capital era limitada para espetáculos teatrais quando do lançamento do primeiro Fesfort. “Fortaleza não tinha espaço para experimentar. Então resolvemos fazer espetáculos de pequenas esquetes, para explorar a identidade e os artistas que existiam na Cidade”, disse, completando: “Nessas duas décadas de realização, ele já serviu a sua funcionalidade. Hoje existem vários festivais de teatro e esquetes, por mais que tenhamos esse aspecto do pioneirismo. Durante seis meses por ano trabalho para esse festival acontecer. Eu agora quero fazer outras coisas”, desabafou Carri.

 

Mais que um aporte para novos talentos, o festival sempre prestou homenagens aos artistas cearenses. Todos os anos, a cerimônia dá destaque a um deles. Como forma de reconhecer as duas décadas de dedicação ao evento, esta última edição será dedicada ao próprio Carri Costa. “Esse ano tô fazendo uma ‘rasgação’ de seda e me homenageando. É coisa de ego”, comenta entre risos.

 

Das suas muitas participações no Fesfort, o criador do grupo Bagaceira de Teatro e vencedor do quadro Como manda o figurino, exibido no Fantástico , da Rede Globo, em 2015, Yuri Yamamoto guarda lembranças marcantes do festival, em especial de sua primeira participação, em 1998, quando ganhou o prêmio de ator revelação pela esquete Coceira. “Na peça anterior um ator distribuiu rosas brancas. No final de Coceira ficávamos cobertos de branco. Quando acabou a apresentação, as pessoas jogaram as rosas brancas em nós. Foi um momento muito bonito, muito poético”, relembra.

 

Também integrante do grupo Bagaceira, o ator Rogério Mesquita afirma que o Fesfort, pela contribuição dada a sua carreira, fará falta: “comecei a fazer teatro em 1997 e ouvia meus colegas de oficina falando de cada noite de apresentação (do festival). Para quem tava começando, ali era um espaço valioso para experimentação, por isso foi um lugar precioso que tivemos para nos formatar enquanto grupo”.

 

A cerimônia de abertura da última edição do Fesfort será no Teatro da Praia, na Praia de Iracema, às 19 horas. Até o dia 22, serão apresentadas quatro esquetes por dia, sempre em um local diferente, de forma a contemplar a diversidade de palcos de Fortaleza. Ao todo serão 21 esquetes, com até vinte minutos de duração. Todas as apresentações são gratuitas.

 

Os destaques da edição serão agraciados com o troféu Gasparina Germano, em homenagem a umas das maiores estrelas dos palcos cearenses nas décadas de 1930 e 1940.

 

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Festival de Esquetes de Fortaleza – Fesfort Quando: 16 a 22 de maio, às 19 horas. Gratuito
Confira programação e locais das apresentações em: migre.me/tL9g2

 

Fonte: Jornal O POVO


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