No final dos anos 1970, dois robôs Viking navegaram para Marte, saquearam o solo e queimaram qualquer vestígio de vida que encontraram. Esse, claramente, nunca foi o plano inicial. Quando a NASA pousou pela primeira vez em Marte há 40 anos, a sonda dupla, Viking 1 e 2, os cientistas ficaram entusiasmados por finalmente começar a estudar o solo marciano e começar a busca por moléculas orgânicas que provassem que o Planeta Vermelho fosse habitável.

 

Era para ter sido uma missão certeira. A superfície de Marte era atingida por minúsculos meteoritos ricos em carbono, afinal de contas a detecção de carbono era considerada uma coisa certa. Mas não foi. Depois de meia década estudando o planeta, nenhuma das sondas encontrou qualquer evidência de matéria orgânica. Por que não se o Curiosity da NASA confirmou a presença de moléculas orgânicas em Marte no início deste ano? O que faltava às sondas Vikings?

Um artigo publicado em 20 de junho no Journal of Geophysical Research: Planets, dá uma explicação. Segundo os pesquisadores, o carbono estava lá o tempo todo, mas infelizmente as sondas incendiaram tudo.

 

As sondas Vikings aqueceram suas amostras de solo a 500ºC para tentar liberar quaisquer compostos orgânicos voláteis aprisionados nessas amostras. Se tivesse algum vestígio de carbono lá, os traços deveriam ter sido detectáveis ??no vapor do solo. Eles não foram detectados porque, provavelmente, alguns compostos foram negligenciados pela NASA. E ainda por algum combustível que, acidentalmente, queimou os carbonos.

 

Conclusão inconclusiva

Em 2008, um rover chamado Phoenix foi mandado à Marte e achou evidências de um sal chamado perclorato. Esse achado foi muito comemorado na época, porque antigamente os microorganismos da Terra usavam esse sal como fonte de energia. Então poderia ser que no planeta vermelho ele servisse para o mesmo propósito.

 

Alguns pesquisadores ficaram empolgados mas por outro motivo. O perclorato é inflamável e é usado para fazer com que combustíveis de foguetes e fogos de artifício queimem mais rápido. Se ele é abundante em solo marciano, os pesquisadores concluíram que as tentativas das sondas vikings de aquecer o solo do planeta podem ter feito o perclorato pegar fogo e liberar quaisquer moléculas orgânicas que estivessem lá.

Com essa informação os pesquisadores viram que se o perclorato realmente incinerasse qualquer molécula à base de carbono, o forno das sondas Vikings teriam cinzas como evidências. Quando o carbono queima com perclorato ele produz uma molécula chamada clorobenzeno. Felizmente o rover Curiosity da NASA detectou traços de clorobenzeno em solo marciano na sua expedição em 2013.

 

Com essas evidências eles decidiram voltar para o próprio Viking. E os pesquisadores descobriram o que estavam procurando. A equipe encontrou vestígios de clorobenzeno em amostras coletadas pela Viking 2, o que concluiu que a sonda número 1 poderia ter segurado a matéria orgânica na palma da sua mão robótica mas acidentalmente incendiou tudo.

 

Mas como sabemos, a ciência não é um estudo totalmente exato e sempre considera brechas ou outras possibilidades. A autora do estudo, Melissa Guzman, disse que por mais que essa nova evidência seja convincente, não é uma prova definitiva dos produtos orgânicos marcianos. É possível, por exemplo, que os compostos de carbono queimados junto com o perclorato marciano no forno da Viking tenham se originado na Terra e acidentalmente contaminado as amostras.

 

Fonte: Fatos Desconhecidos


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