Diariamente, grupo distribui entre 30 e 35 sanduíches, que vêm acompanhados de mensagens de esperança. ‘A gente tem que olhar para o próximo com mais carinho’, diz voluntária.

 

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a recomendação de especialistas e autoridades da saúde é para, quem puder, ficar em casa. Mas e quem não tem casa?

 

“Já são invisíveis para a sociedade no estado que eles estão. Imagine agora, com esse surto desse vírus, estão mais invisíveis”, lamenta a comerciante Gislaine Honorato, que em uma avenida de Limeira (SP) instalou um varal no qual pendura lanches para moradores de rua se alimentarem.

 

Essa foi a alternativa encontrada por ela e outros voluntários para manter um projeto social que integram há seis anos e que, durante a pandemia, teve de suspender a entrega de sopas diretamente às pessoas auxiliadas, como prevenção à propagação da Covid-19.

 

O “Juntos Para o Bem” tem hoje 30 voluntários, entre colaboradores e atuantes, e trabalha em duas frentes: além do auxílio a pessoas sem casa, levam mantimentos a famílias de baixa renda.

 

“Além de ajuda com uma cesta básica todo mês, a gente orienta no que for preciso, para um médico, para alguma coisa relacionada à prefeitura. A gente dá a direção para eles”, explica Gislaine.

 

Em meio ao isolamento social, no entanto, ela vê a situação dos moradores de rua ainda mais em evidência. “Eles reclamam que as pessoas querem ainda mais distância deles agora”.

 

O varal foi criado a partir de uma outra ação desenvolvida pelos voluntários, na qual roupas de frio foram penduradas em uma árvore para que fossem retiradas por quem precisava.

 

Já o ponto de retirada de lanches foi instalado na Avenida Rio Claro, em frente ao número 173, onde funciona uma loja de Gislaine. Diariamente, entre 30 e 35 unidades são disponibilizadas às 19h. Em alguns dias, há até fila de espera pelos alimentos.

 

“Para alguns, é a primeira alimentação que vão ter durante o dia. Um vai avisando o outro e aí eles vêm para comer. A necessidade maior é essa: fome, né. Só quem sentiu fome sabe o que é isso”, reflete a comerciante.
A nova iniciativa do grupo gerou repercussão, o que já resultou em uma doação de R$ 500, o que custeia uma semana de distribuição dos sanduíches, que são feitos com pão e recheios de mortadela ou presunto e queijo. Pessoas interessadas em colaborar podem contatar Gislaine pelo telefone (19) 99204-8479.

 

Frases de apoio

 

Além do alimento, a pessoa auxiliada recebe uma mensagem de esperança. “Escrevo nos saquinhos [embalagens dos lanches] frases como ‘tenha fé’, ‘tudo vai passar’, ‘confie em Deus’ e coloco lá para eles pegarem”, detalha a voluntária.

 

Algumas entregas do projeto são acompanhadas com live em rede social e um bate-papo com os auxiliados, mas que também teve de ser interrompido durante a pandemia. “Às vezes, eles nem querem comer. Por estar em situação de rua, às vezes querem conversar”, revela a comerciante.

 

Nestas conversas também são confidenciadas outras necessidades. Na mais recente, conta ela, uma pessoa contou sobre a necessidade de arrumar seu sapato e ganhou a doação de um par novo.

 

Segundo ela, o objetivo do projeto também é servir de exemplo para que outras pessoas adotem iniciativas semelhantes.

 

“É despertar nas pessoas o desejo de ajudar o próximo, sem julgar, sem esperar nada em troca, por mais que esteja tudo desafiante agora, nesse momento, a gente tem que olhar para o próximo com um pouco mais de carinho”.

 

Fonte: G1


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