O tempo é um mestre que, inevitavelmente, mata todos os seus estudiosos. Ele pode ser nosso amigo se fizermos todas as nossas vontades e pode ser o nosso maior problema se não soubermos lidar com seu avanço. Podemos medi-lo, mas cada um de nós tem um relógio particular. Isso porque, a percepção de tempo das pessoas pode estar ligada aos seus batimentos cardíacos.

O cérebro acompanha a passagem do tempo sem que a pessoa perceba. Isso faz com que ela possa se concentrar melhor em outras atividades, como por exemplo, ler. Essa percepção de tempo acontece automaticamente, mas não é feita de forma consciente. Até porque ela pode flutuar, fazendo com que em determinados momentos seja esticada ou encolhida.

Mesmo que isso possa ser uma distorção da realidade, teoricamente, elas estão apenas na cabeça da pessoa. Contudo, um novo estudo mostra que algumas dessas percepções de tempo podem ter origem no coração.

De acordo com Adam K. Anderson, professor de psicologia da Cornell University e principal autor do estudo, os batimentos cardíacos definem o ritmo de percepção do tempo das pessoas. Com isso ele mostrou o papel que o coração tem em ajudar as pessoas a acompanharem o tempo.

“O tempo é uma dimensão do Universo e uma base fundamental para a nossa experiência do eu. Nossa pesquisa mostra que a experiência do tempo momento a momento é sincronizada e muda com a duração de um batimento cardíaco”, disse ele.

 

Batimento cardíaco e tempo

Os pesquisadores dizem que essas variações na percepção do tempo, que também são chamadas de rusgas temporais, são coisas normais e que elas podem ser adaptativas. E estudos anteriores já sugeriram que tanto pensamentos como emoções podem distorcer o senso de tempo de alguém. Dessa forma, eles fazem com que determinados momentos pareçam maiores ou menores.

Em 2022, Anderson e sua equipe fizeram um estudo e descobriram que na percepção dos passageiros, as viagens de trem em realidade virtual duravam mais quando a simulação do trem estava mais lotada.

“Mas muitos estudos anteriores se concentraram na percepção de intervalos de tempo relativamente longos, e, portanto, tendem a revelar mais sobre como as pessoas estimam o tempo do que como o vivenciam diretamente no momento”, pontuou Anderson.

Por isso que esse novo estudo quis encontrar relações entre a percepção do tempo e os ritmos do corpo, focando nos batimentos cardíacos. Por mais que o ritmo de um coração soe estável, individualmente, cada batida pode ser um pouco mais curta ou mais longa do que sua anterior.

E esse estudo mostrou que os batimentos cardíacos podem sim ter uma influência em como as pessoas percebem os estímulos externos. Além disso, suspeita-se há muito tempo que o coração ajuda o cérebro a manter o tempo.

 

Estudo

O estudo foi feito com 45 alunos, entre 18 e 21 anos, de graduação de Cornell. Todos sem histórico de doença cardíaca. Os pesquisadores monitoraram a atividade cardíaca deles através de eletrocardiograma (ECG) ligado a um computador que reproduzia tons breves que eram disparados por conta dos batimentos cardíacos dos voluntários.

A duração desses tons era de 80 a 180 milissegundos. Os pesquisadores pediram aos voluntários que depois que eles os ouvissem, eles dissessem se achavam que eles duravam mais ou menos do que outros tons.

De acordo com os pesquisadores, os resultados mostraram rusgas temporais. Os voluntários relataram que os tons eram mais longos quando eles eram recebidos por um batimento cardíaco mais curto. E quando o batimento cardíaco deles era mais longo, eles percebiam o tom mais curto.

“O batimento cardíaco é um ritmo que nosso cérebro está usando para nos dar a sensação de passagem do tempo. E isso não é linear – está constantemente se contraindo e expandindo”, disse Anderson.

Mesmo que o coração tenha uma influência no cérebro com relação à percepção de tempo, os pesquisadores ressaltam que é uma via de mão dupla.


Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/a-sua-percepcao-do-tempo-e-moldada-por-seu-batimento-cardiaco-mostra-estudo/


Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.