A exposição acontece mais de 20 anos depois da primeira grande retrospectiva do artista José Leonilson, realizada na Galeria de Arte em 1995 – momento em que se descobriu um conjunto de seus trabalhos que se tornaram icônicos posteriormente.

 

Trazendo mais de 120 obras de Leonilson, a mostra é resultado da pesquisa e publicação em 2017 do catálogo raisonné do artista, e privilegia trabalhos pouco ou nunca vistos em São Paulo. Revelação que faz saltar aos olhos pinturas, desenhos e bordados restritos por décadas em coleções particulares e institucionais, sem que pudessem vir a público porque eram desconhecidos.

 

O trabalho de Leonilson é excepcionalmente sensitivo. É no uso do repertório gráfico que ele expressa a sua visão de mundo, inconfundível no manejo das formas dos símbolos, do desenho, das palavras, no formato dos textos, narrativas históricas e histórias que criava.

 

Sentimentos, sexualidade, relações amorosas, condição humana, família, amigos, todos constituem uma “cartografia do afeto” expressa na imagem de correntezas, rios, cachoeiras, montanhas, oceanos. Trabalhos que serviam para o artista como páginas de um diário.

 

Expunha tudo sobre o papel, a lona e o tecido. Uma “confusão” assumida de valores e emoções de um ser curioso pelas coisas do mundo. É esta memória e arquivo vivos, o que ficou e o que se apresenta agora.