Lúcifer, lorde das trevas, decide abandonar seu trono no inferno e vir pra Terra montar um piano bar, trazendo consigo, um demônio disfarçado de garçonete. Aparentemente sem entender seus motivos, Deus envia Tsaphkiel, o anjo Príncipe dos Tronos para confrontar Lúcifer e descobrir seus reais planos. Porém, entre discussões profundas que levam o público a reflexões filosóficas, o anjo se encontra em uma armadilha de Lúcifer, que o coloca em um conflito, onde se vê tentado pela posse da Chave Mestra dos portões do inferno e pela troca de sua Fé em Deus pela salvação de sua própria existência. A montagem se passa no piano bar e proporciona ao público uma experiência de imersão ao ambiente, através do clima intimista e uma cenografia e iluminação pensadas com esse propósito. Além disso, o espetáculo conta com a apresentação de um músico convidado diferente a cada sessão. A peça propõe uma reflexão que tem como base os princípios do Yin e Yang, onde as forças opostas como bem e mal, luz e sombra, são necessariamente coexistentes para que haja um equilíbrio universal, e passa também pelo conceito de transmutação do Taoismo, onde uma dessas forças pode se tornar a outra quando elas estão em total desequilíbrio e atingem seu extremo. Estudos bíblicos, angeológicos, filosóficos e os quadrinhos “Lúcifer” de Neil Gaiman e Mike Carey, que deram origem à série de tv de mesmo nome, estão entre as influências do autor da peça escrita em 2009.
