Espaços públicos do Rio de Janeiro serão palco de mais uma edição do projeto Interferências, do Oi Kabum! Lab — local de formação e desenvolvimento de coletivos jovens das periferias cariocas. Para a mostra Interferências19, cerca de 50 artistas ocupam a cidade com 15 criações multilinguagem do campo da arte e tecnologia, envolvendo design, projeção mapeada, animações, ensaios fotográficos, curtas e minidocs em vídeo, grafite, lambes, live cinema, sensores interativos, instalações, performances e shows.

 

Nos dias 23, 24, 26 e 27 de janeiro, as obras – que muitas vezes possibilitam interações e experimentações ao vivo – serão espalhadas pelas diversas regiões da cidade, surpreendendo os públicos das zonas Norte, Sul, Oeste, Centro e Niterói (veja abaixo o cronograma).

 

E na sexta-feira, 25 de janeiro, o Largo do Machado será palco de uma grande intervenção urbana, com apresentação de projetos durante todo o dia. Paralelamente, o espaço Lab Oi Futuro, no Flamengo, promoverá o evento Intervenções Urbanas: Arte e Tecnologia, com debates sobre os trabalhos e os principais temas que envolvem as manifestações culturais das periferias. Os artistas de Interferências19 se reunirão com especialistas convidados como: Liana Brazil, diretora do Estúdio SuperUber, referência internacional de instalações interativas de arte e tecnologia; Luiz Antonio Simas, escritor, historiador e estudioso de intervenções culturais urbanas; Ivaldo Correia, artista, performer, ator e um dos participantes do Lab.IU; e Batman Zavareze, multiartista e criador do Festival Multiplicidade, que garimpa novas tendências mundiais de arte e tecnologia.

 

Entre os trabalhos de destaque de Interferências19, a execução de cinco jovens com 111 tiros em um carro em Costa Barros é o estopim da obra 111+, que projeta imagens oníricas sobre uma performance corporal ao som de versos de rap, e exibe depoimentos reais e encenados de familiares das vítimas.

 

Na cabine de Cine Ciné, que será montada no Arpoador e Largo do Machado, público e artistas se alternam nas posições de ator, narrador e espectador, numa experiência de cinema interativo com captações em tempo real. A pluralidade das dores e potências do universo feminino inspiraArtemisia Vulgaris, que vai estampar pelas ruas ilustrações, lambes, fotografias e documentário em vídeo como fruto das experimentações conduzidas por 13 artistas, e convida outras mulheres a participar do processo.

 

Em Desurbanis, personagens “invisíveis” no cotidiano da cidade ganham diferentes versões pelo olhar inventivo de três artistas gráficos em interferências mútuas. A instalação translúcida Transluzexibe camadas de fotografias sob sons de palavras ritualísticas para promover uma imersão no sincretismo religioso carioca, valorizando as semelhanças simbólicas entre as diferentes crenças, e não suas diferenças.

 

“O Rio de Janeiro e a arte brasileira, quando acolhem as novas criações desses artistas da juventude popular, têm muito a ganhar em diversidade e inovação. As intervenções artísticas dos participantes do Lab.IU (laboratório criativo do Oi Kabum! Lab) introduzem pontos de vista muito interessantes e originais. Elas surpreendem não só pela forma como trabalham seus temas, mas também pelas maneiras inusitadas em que buscam integrar suas linguagens”, diz Fernando Mozart, um dos coordenadores do Oi Kabum! Lab.

 

O registro das apresentações de rua, making of, instalações e performances farão parte daexposição Interferências19 no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, sede do Oi Kabum! Lab, no Centro do Rio.

 

Todos os trabalhos foram desenvolvidos no Oi Kabum! Lab, que é uma parceria entre o Oi Futuro e o Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro. O Oi Kabum! Lab visa a formação artística de ponta de jovens das periferias cariocas e é uma das iniciativas mais ousadas de experimentações tecnológicas. Lá, os jovens são acolhidos em seu principal projeto, o Lab.IU, e essas obras refletem o período de imersão criativa em torno das múltiplas identidades dos autores em seus coletivos, e das relações peculiares que estabelecem com o cotidiano da cidade.

 

SERVIÇO MOSTRA Interferências19

23 a 27 de janeiro (quarta a domingo)

 

Dia 23/01 (quarta-feira)

Kura Urbana – Praça Duque de Caxias, Central do Brasil. 20h às 22h.

BateBall – (colagem) Travessa Almerinda Freitas, Madureira. 14h às 17h.

Livre. Grátis.

 

Dia 24/01 (quinta-feira)

Tech Eté – Carioca, Centro. 9h às 12h.

BateBall  – (colagem)  Rua Riachuelo, Centro. 14h às 17h.

REbit – Largo da Carioca, Centro. 19h às 22h.

111+ – Buraco do Lume, Centro.  20h às 23h.

Livre. Grátis.

 

Dia 25/01 (sexta-feira) – Intervenções Urbanas: Arte e Tecnologia

Largo do Machado, a partir das 9h |concentração de 14 intervenções. Livre. Grátis.

Artemisia Vulgaris – Largo do Machado. 9h às 12h.

Tech Eté – Largo do Machado. 9h às 12h.

Corpo Estranho – Largo do Machado. 12h às 14h.

Serpente Listrada – Largo do Machado. 14h30 às 16h.

Desurbanis – (Ilustração Machado de Assis)  Largo do Machado. 15h às 18h.

Tansluz – Largo do Machado. A partir das 16h.

Cine Ciné – Largo do Machado.  A partir das 20h.

Iroko – Largo do Machado.  A partir das 20h.

VMLH – Largo do Machado.  A partir das 20h.

Kura Urbana – Largo do Machado.  A partir das 20h.

111+ – Largo do Machado. A partir das 20h.

Língua de Fogo – Largo do Machado. A partir das 20h.

REbit – Largo do Machado.  A partir das 20h.

Caixa Preta – Largo do Machado. A partir das 20h.

Lab Oi Futuro (R. Dois de Dezembro 107, 5º andar, Flamengo), das 17h às 18h30 | Debate com artistas e convidados. Livre. Grátis.

 

Dia 26/01 (sábado)

Desurbanis – (Ilustração morador) Viaduto da Estação, Realengo. 10h às 18h.

Corpo Estranho – Igreja da Candelária, Centro. 15h.

Artemisia Vulgaris – Buraco do Lume, Centro. 16h.

Iroko – Parque de Madureira. 20h.

Cine Ciné – Arpoador. 18h às 22h.

Corpo Estranho – Arpoador. 18h às 22h.

Livre. Grátis.

 

Dia 27/01 (domingo)

Desurbanis – (Ilustração Mc Magalhães) )Rua São Januário, Fonseca – Niterói. 10h às 18h.

Caixa Preta – Rocinha (ao lado do baile de Moscow). 18h às 22h.

Língua de Fogo – Quinta da Boa Vista, São Cristóvão. 18h.

Livre. Grátis.

 

Dia 15 de fevereiro (sexta-feira)

Exposição Interferências19

Centro de Artes Calouste Gulbenkian (R. Benedito Hipólito 125, Centro). 19h às 22h.

Livre. Grátis.

 

CONHEÇA OS 15 PROJETOS DA MOSTRA INTERFERÊNCIAS19

1. 111+

Ivaldo Correia. Flaviane Damasceno. Randy Souza. Ary Alfredo. Bianca Pontes. Isa Raposa. Julia Gabriela.

Os 111 tiros de policiais que mataram 5 jovens em um carro em Costa Barros são o ponto de partida para uma narrativa poética e audiovisual associada a performance corporal e projeção de vídeo. Relatos verdadeiros de parentes de pessoas assassinadas são encenados e intercalados com relato ficcional, imagens de sonho e versos sobre a anestesia social diante da barbárie cotidiana contra os negros.

#performance #vídeo #projeção #poesia #racismo #violência

 

2. Artemisia Vulgaris

Naiara Almirante. Mariana Fontes. Tauane Luzes. Andressa Martins. Ludi-K. Isa Raposa. Randy Souza. Brigiti Bandini. Dionísio. Thais Peixoto. Mariane Fersi. Giovanna Rossini. Thayná Gonçalves.

Bruxas urbanas criam uma teia de afetos para manifestar a pluralidade da potência feminina. A planta Artemísia simboliza a cura das dores vulgares do corpo e da alma. Relatos pessoais resultam em ilustrações, ensaios fotográficos, performances e um documentário em vídeo. Lambes espalhados pela cidade convidam outras mulheres a compartilhar suas experiências e participar do projeto.

#ilustração #fotografia #performance #vídeo #lambe #universofeminino

 

3. BateBall

Matheus Macedo. Matheus Souza. Lúcio Mendes. Felipe Guimarães.

Valorização do movimento carnavalesco suburbano dos Bate-Bolas (ou Clóvis) por suas características de alta costura: modelos artesanais e autorais, em peças exclusivas feitas por encomenda. Os favelados que desfilam nas turmas de Clóvis aprendem a costurar, desenhar e modelar seus trajes carnavalescos. Evento de moda, desfile e performance, incluindo exibição de grupos musicais periféricos e batalha de dança urbana estilo Vogue.

#evento #moda #performance #música #dança #carnaval

 

4. Cine Ciné – Cinema Cinético

Bárbara Karolina. Pedro Aquino.

Cinema interativo na rua. Lado a lado, uma Cabine (de gravação) e uma Cabana (de exibição) permitem ao público participar da experiência cinematográfica de diferentes maneiras. Cenas produzidas em tempo real são exibidas intercaladas com material pré-gravado e tem o áudio narrado ao vivo por quem assiste. O espaço público recebe um ambiente de experimentação, contemplação, reflexão e construção de significados audiovisuais.

#cinema #interação #instalação #identidades

 

5. Corpo Estranho – Tupiara

Pericão.

Investigação sobre as camadas sociais e culturais que transformam o corpo e a personalidade ao longo da existência. O autor do projeto performa com o personagem-mutante Tupiara como se fosse seu filho. A escultura de corpo humano de cerca de 80 cm é colocada na rua e recebe colagens de significados, em imagens e palavras, com a participação dos passantes. O objetivo é a percepção do convívio com diferentes corpos no espaço público.

#instalação #interação #ilustração #identidades

 

6. Desurbanis

Fel Coutinho. Yan Felipe. Lucas Santo. Thayná Gonçalves.

Três personagens do cotidiano urbano ganham diferentes interpretações pelo olhar de três jovens artistas. Um senhor deficiente visual morador de Realengo, o músico Mc Magalhães e o escritor Machado de Assis serão ilustrados em um mix de linguagens e técnicas gráficas (ilustração, stêncil, lambe, grafite), com transcriações e interferências de um artista na obra do outro. A instalação inclui relatos em vídeo sobre os nomes escolhidos.

#instalação #ilustração #stêncil #lambe #grafite #vídeo #identidades

 

7. Kura Urbana

Eric Max. Kadosh Olive. Flaviane Damasceno. Igor Ramos. Pablo Motta. Bianca Pontes.

Performance e instalação com referências à natureza e ao útero da terra. Seis trilhas, seis elementos: fogo, ar, terra, água, éter e madeira. Cada trilha possui um curandeiro que conduz o público (curumins) em direção a um local denominado útero-estufa, com auxílio de plantas curativas. A instalação ocorrerá ao redor de uma árvore, onde será possível deitar em tapeçarias e ouvir áudios sobre o tema e o público registra em vídeo suas sensações em relação à experiência de se conectar com sua cura.

#instalação #interação #vídeo #saúde #bem-estar #natureza #culturaindígena

 

 8. V.M.L.H – (Viemos Mostrar Lindas Historias)

Débora Linck. Mayara Velozo. Juliana Pajek. Paulo Ebrom. Hugo Nascimento.

Vermelho tornou-se uma cor política nos últimos anos no Brasil e no mundo. Causa impacto político e estético e assume uma simbologia plural que abrange o feminino, o sagrado e a luta. Foi a partir desse conceito que foi criado o V.M.L.H. – Viemos Mostrar Lindas Historias – movimento artístico itinerante que promove uma subversão da lógica do circuito cultural dominante, criando ocupações em espaços urbanos alternativos. A primeira parada do VMLH foi na Quadra Raízes da Tijuca, local de criação da Acadêmicos do Salgueiro no último sábado, 19, quando artistas locais e convidados de musica, poesia, artes plásticas e arte interativa dialogaram com os moradores e frequentadores do espaço.

#evento #projeçãomapeada #identidades.

9. Caixa Preta

João Eliel. Jamile Silva.

Instalação em forma de cabine, transporta o espectador para um museu virtual com obras de artistas negros

contemporâneos, por meio de óculos de Realidade Virtual (VR).

#instalação #realidadevirtual #fotografia #culturanegra

 

10. REbit

Henrique Oliveira. Laryssa Ramos. Miriã Brasil.

Instalação tecnológica interativa: lixeira ganha vida e, por meio de sensores de movimento, reage aos materiais que o público atira dentro dela. A ação resulta também em mudanças no cenário urbano projetado ao fundo, habitado por personagens do folclore nacional.

#instalação #interação #animação #projeçãomapeada #sensores #lixo #meioambiente

 

11. Serpente Listrada

Matheus Marques. Matheus Santos. Matheusa. Gabriel Araujo.

Valorização de artistas negras femininas por meio de documentário em vídeo, ensaios fotográficos, lambes na rua e desfile de moda em espaços que não costumam receber eventos da cultura periférica, como as praias da Zona Sul.

#evento #moda #desfile #fotografia, #vídeo #lambe #culturanegra #universofeminino

 

12. Tech Eté

Julia Gabriela. Bruno Lima. Thiago Tech.

A mais avançada tecnologia pela qualidade de vida no ambiente urbano são as sofisticadas formas e funções da natureza. No centro da cidade, onde foi soterrado o rio Carioca, em uma árvore de lixo tecnológico as pessoas colhem sementes.

#instalação #interação #animação #projeçãomapeada #natureza

 

13. Transluz

Caique Salazar. Ynaê Cortez.

Numa tenda com ambientação translúcida, o público circula por uma combinação de imagens de rituais e símbolos característicos de diferentes religiões, enquanto ouve extratos de entrevistas com líderes espirituais católicos, evangélicos, hinduístas, budistas, umbandistas. Ao provocar fusões e correspondências entre diferentes credos, o projeto valoriza a empatia para fazer frente à intolerância.

#instalação #fotografia #religiosidade

 

14. Iroko

Jon Thomaz. Caio Cézar. Paulo Ebrom. Andressa Nubia. Flávio Muniz. Jec. Jésus Baro.

Iroko foi a primeira árvore plantada, por onde os Orixás desceram à Terra. Aqui ela se manifesta como uma instalação afrofuturista: projetados em vídeo, TecnOrixás se revelam em uma pirâmide construída em meio à paisagem urbana.

#instalação #vídeo #projeçãomapeada #culturanegra

15. Língua de Fogo

Byu La.

Apaixonado pelas esculturas paleontológicas do Museu Nacional, o autor faz uma releitura artística da linguagem científica para ressuscitar um dinossauro que “habitava” a instituição consumida pelas chamas: a ave Tupanodactylus Imperator. Originária da região onde seria o Brasil, ela é reproduzida em tamanho real, multicolorida e fluorescente, faz ninhos, emite seus gritos e coloca ovos em pontos da Quinta da Boa Vista e outros habitats urbanos. Recebe ainda projeção mapeada de imagens que remetem ao Museu Nacional e à relação entre arte e ciência, preservação e destruição, razão e imaginação.

 

 

Fonte: Palavra Assessoria em Comunicação.


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