A boa notícia é que o medicamento foi capaz de reduzir o risco cardiovascular mesmo entre quem nunca sofreu com um problema do tipo antes

 

Não me canso de falar que o diabetes é uma importante e negligenciada causa de morte no Brasil e no mundo. Segundo dados do Boletim Epidemiológico do SUS de 2019, ele é a terceira causa de morte em mulheres e a quarta em homens no país. As doenças e complicações cardiovasculares, especialmente o infarto, ocupam o primeiro lugar dessa nefasta lista.

 

O ponto é que o diabetes também contribui para os problemas do coração. Algo que os brasileiros desconhecem, como mostrou uma pesquisa feita em 2019 pela área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril. É notório que pessoas com diabetes possuem de duas a quatro vezes mais risco de sofrer um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC). Em resumo: além de ser uma das principais causas diretas de morte, a doença colabora para as condições que mais matam no Brasil.

 

Desde o final dos anos 2000, a FDA, órgão que é a Anvisa dos Estados Unidos, solicita que todo medicamento para tratar o diabetes tipo 2 se prove seguro do ponto de vista cardiovascular. Nos últimos anos, diversos estudos foram conduzidos e, felizmente, alguns remédios demonstraram não apenas segurança mas também benefícios para o coração.

 

Este é o mundo ideal para nós, endocrinologistas, pois temos à disposição medicações mais modernas que são capazes de baixar a glicose no sangue e, ao mesmo tempo, proteger o sistema cardiovascular do paciente.

 

No entanto, essa redução de risco cardíaco observada nas pesquisas vinha ocorrendo em um grupo específico: pessoas com diabetes tipo 2 que já tinham alguma sequela cardíaca de um problema anterior.

 

Aí veio a boa notícia com o estudo REWIND — e a FDA assinou embaixo. Esse trabalho avaliou a ocorrência de eventos cardiovasculares com um medicamento de uso subcutâneo semanal, a dulaglutida. E o remédio injetável foi capaz de reduzir desfechos negativos mesmo em pessoas com menor risco de panes cardíacas, aquelas que nunca tinham tido problemas prévios.

 

Qual a relevância desse achado na prática? Ora, a grande maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 que frequenta os consultórios médicos não apresenta danos cardíacos. E a medicação é um exemplo de terapia que pode ser útil mesmo em fases iniciais do diabetes, quando o indivíduo está livre de sequelas e complicações. É uma prova de conceito de como podemos melhorar a prevenção para esses pacientes.

 

Fonte: Saúde Abril.


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